Simplesmente, não.

Você de novo? Acho que não.

Não me liga, não me responde, não me manda correspondências e nem nada parecido. Não picha o muro com declarações de amor, não mata ninguém por mim, não deixa recadinho antes de sair pro trabalho, não me deixa dormir pois fica lendo com a luz acesa. Não pega na minha mão, não me abraça, não liga pras minhas roupas, não liga pro meu corpo, não ta nem ai com a minha maquiagem, não se importa de eu falar horrivelmente no telefone.

Não fica, não vai, não me solta, não me aperta, não me sufoca, não me da espaço, não some da minha vida, não para de gritar, não fala alto, não faz o que eu mando, não me manda fazer nada, não faz nem o que eu peço e também não me pede nada. Não gosta de comer o que eu gosto, não gosta da minha comida, não gosta de nada o que eu faço, mas não me critica, não me elogia, não me desgosta e também não me gosta.

Não fica quieto, não fica no lugar, não se acomoda, não se incomoda, não me desdenha, mas não se empenha, não chora, não sorri, não ri, não conversa, não desconversa, não vai direto ao ponto, não gosta da minha sinceridade, não me suporta, não me adora e não me ama.

Não quer ir, não quer ficar, não morre, não vive, não me quer mais, não sabe o que quer, não me deixa ler, não me deixa comer, não me deixa cantar, não me deixa tocar, não me deixa ver filmes, não faz carinho no meu cachorro, não me deixa fazer nada. Não sabe o que quer. Já ta de bom tamanho, adeus.