Olá pessoal. Eu tenho uma novidade, agora sempre que eu conseguir eu vou postar o primeiro capitulo dos livros que eu postar, não vai ser todos, mas apenas o que eu conseguir. O livro de hoje é A Garota Americana da Meg Cabot. Sinopse:
A Garota Americana acompanha o cotidiano de Samantha, uma típica garota americana, que leva uma vida muito parecida com a de tantas outras meninas de sua idade. Até que um dia resolve matar aula de arte e, por acaso, salva o presidente americano de uma tentativa de assassinato. Samantha logo vê sua vida virar de cabeça para baixo ao ser nomeada embaixadora da ONU, sem saber exatamente o que o cargo significa. Um romance muito inteligente e divertido sobre os problemas, desejos e anseios de uma garota americana, que bem poderia ser uma típica adolescente como muitas que conhecemos.
Capítulo 01
Ela disse que não tinha intenção de me prejudicar. Disse que encontrou os
desenhos no meu quarto e os achou tão bons que não pôde fazer outra coisa além
de mostrar para a mamãe.
Claro que não passou pela cabeça da Lucy que ela não deveria entrar no meu quarto,
para começo de conversa. Quando a acusei de violar meu direito garantido pela
Constituição de ter minha privacidade, ela só olhou pra mim tipo Hein?, apesar de
estar tendo aulas de política e governo neste semestre.
A desculpa dela foi que estava procurando o curvex.
Até parece. Como se eu fosse lá pegar qualquer coisa emprestada dela.
Principalmente alguma coisa que chega bem pertinho dos olhões saltados dela.
Em vez do curvex, que obviamente não estava comigo, a Lucy encontrou o meu
estoque secreto de desenhos da semana e mostrou tudo para a mamãe, na hora do
jantar.
- Bom – começou mamãe, com a voz bem seca. – Agora a gente já sabe por que você
tirou uma nota tão baixa em alemão, não é mesmo, Sam?
A observação deveu-se ao fato de os desenhos estarem dentro do meu caderno de
alemão.
- Este aqui é aquele cara de O Patriota? – meu pai quis saber. Quem é essa que
você desenhou com ele? É a... é a Catherine?
- Alemão é uma língua idiota – afirmei, achando que eles não entendiam nada do que
estava rolando.
- Alemão não é idiota – informou minha irmãzinha Rebecca. – Os alemães são
capazes de retraçar suas origens a grupos étnicos que existiam na época do
Império Romano. A língua deles é antiga e bela, e foi criada há milhares de anos.
- Sei lá – respondi. – Sabia que eles colocam todos os substantivos em letras
maiúsculas? O que é que você acha disso?
- Hmmm – fez minha mãe, dando uma folheada no meu caderno de alemão. – O que é
isto aqui?
Meu pai perguntou:
- Sam, por que você fez um desenho de Catherine montada em um cavalo com
aquele cara de O Patriota?
- Acho que isso aqui vai responder à sua pergunta, Richard – disse a minha mãe,
devolvendo o caderno para o meu pai.
Em minha defesa, posso afirmar que, para o bem ou para o mal, vivemos em uma
sociedade capitalista. Eu estava apenas exercendo meu direito à iniciativa privada
de fornecer ao público (a maior parte da população estudantil da Escola
Preparatória John Adams) um produto para o qual eu detectei uma demanda. Era
de se esperar que o meu pai, economista internacional do Banco Mundial, fosse
entender isso.
Mas, quando ele leu em voz alta o que estava escrito no caderno de alemão, em tom
de espanto, percebi na hora que ele não entendia. Ele não entendia nada mesmo.
- Você e Josh Hartnett – leu meu pai – US$15. Você e Josh Hartnett em uma ilha
deserta, US$20. Você e Justin Timberlake, US$10. Você e Justin Timberlake
embaixo de uma cachoeira, US$15. Você e Keanu Reeves, US$15. Você e... – Meu
pai ergueu os olhos – Por que o Keanu e o Josh custam mais caro que o Justin?
- Porque – expliquei – o Justin tem menos cabelo.
- Ah – fez meu pai. – Entendi. – E voltou à lista. – Você e Keanu de Barco, nas
corredeiras, US$20. Você e James Van Der Beek, US$15. Você e James Van Der
Beek andando de asa delta, US$20...
Mas minha mãe não permitiu que ele fosse adiante.
- Está bem claro que Samantha tem problemas para se concentrar na aula de
alemão – declarou minha mãe, em tom de tribunal (ele é advogada ambientalista;
ninguém em sã consciência iria querer provocá-la para que usasse esse tom de voz.
– Parece bastante claro que a dificuldade em se concentrar na aula de alemão se
deve á ausência de uma válvula de escape apropriada para tanta energia criativa.
Acredito que, se a tal válvula de escape lhe fosse fornecida, suas notas em alemão
subiriam consideravelmente.
O que explica por que, no dia seguinte, minha mãe chegou em casa do trabalho,
apontou para mim e mandou:
- Terça e quinta, das três e meia às cinco e meia. A partir de agora, você vai ter
aula de arte, mocinha.
Uau. Quanta sutileza!
Não ocorreu à minha mãe que eu sou capaz de desenhar perfeitamente bem sem
aula nenhuma. A não ser pelas aulas da escola, sabe como é. Minha mãe não percebe
que as aulas de arte, em vez que oferecer uma válvula de escape para minha
energia criativa, só vão acabar totalmente com qualquer habilidade natural e estilo
individual que eu possa ter. Como é que eu vou poder continuar fiel à minha vida
pessoal, tipo o van Gogh, com alguém olhando por cima do meu ombro e dizendo o
que eu tenho que fazer?
- Obrigada – sussurrei a Lucy quando cruzei com ela um pouco depois, no banheiro
que dividíamos. Ela estava separando os cílios com um alfinete na frente do
espelho, apesar de nossa empregada, Theresa, ter dito mil vezes que uma prima
sua, a rosa, tinha furado um olho assim.
A Lucy olhou para mim através do alfinete:
- O que foi que eu fiz?
Não dava pra acreditar que ela não sabia.
- Você me dedurou – gritei – Aquele negócio dos desenhos.
- Credo, sua retardada, - Lucy respondeu, começando a trabalhar nos cílios
inferiores. – nem vem me dizer que ficou brava com aquilo. Eu fiz tipo um favor pra
você.
- Um favor? – fiquei chocada. – Eu me ferrei por causa do que você fez! Agora
tenho que ir a uma droga, uma porcaria de aula de arte duas vezes por semana,
depois da escola, quando eu bem podia, sei lá... ficar assistindo á TV.
Lucy revirou os olhos.
- Você não saca nada, não é mesmo? Você é minha irmã. Não posso ficar lá parada enquanto você se transforma na maior esquisitona da escola. Você não participa de
nenhuma atividade extracurricular. Você se veste com essas roupas pretas
horrorosas o tempo todo. Você não deixa eu arrumar o seu cabelo. Tipo assim, eu
precisava fazer alguma coisa. Agora, quem sabe? Talvez você vire uma artista
famosa. Tipo a Georgia O’Keeffe.
- Por acaso você sabe o que a Georgia O’Keeffe pintou para ficar famosa, Lucy?
Quando ela respondeu negativamente, expliquei.
Vaginas. É por isso que ela é famosa.
Ou, como bem colocou Rebecca, quando passou pela porta com o nariz enfiado no
último livro da saga de Jornada nas Estrelas:
- Na verdade, as imagens orgânicas abstratas de O’Keeffe são representações
luxuriantes de flores que têm forte conteúdo sexual.
Eu disse a Lucy que perguntasse ao Jack, se não acreditava em mim. Mas Lucy
respondeu que ela e Jack não conversam sobre coisas desse tipo.
Eu fiquei meio assim.
- O quê? Vagina?
Mas Lucy respondeu não, arte.
Eu não entendo. Ela namora um artista e, mesmo assim, os dois nunca conversam
sobre arte? Fala sério, se algum dia eu arrumar um namorado, nós vamos conversar
sobre tudo. Até sobre arte. Até sobre vaginas.
Link para Download: http://www.easy-share.com/1907437529/reidoebook.com%20-%20Garota%20Americana%2001%20-%20Meg%20Cabot.pdf
Beijos. Biah Helena
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